Bem-vindos à verdadeira idade das trevas: o século XXI, onde a luz faz mal aos frágeis olhos das gerações.

Desde meus tempos de escola, ouvia falar de uma época em que éramos proibidos de falar, ler e até mesmo pensar em certos temas, pois tais atos nos levariam às fogueiras santas da inquisição, da opinião pública daquele tempo, da idade média, pois o povo erguia as fogueiras por conta própria, diante à indignação daqueles que pensavam diferente ou mesmo agiam fora dos seus costumes.

Os séculos se passaram e muitos acreditam viver em tempos de liberdade de pensamento. Ledo engano! Sinto que agora sim vivemos as trevas de um tempo, em que pensamentos contrários são calados e que a fogueira santa do cancelamento é o pretório onde se condena ao silêncio aqueles que não falam o que se deseja ouvir. Tempos em que uma maioria de minorias puxa o direito para o seu lado, como se não houvesse um direito comum.

Ao contrário da dita “era das trevas”, pouca luz se produz, e se evita olhar para ela… Afinal, o verdadeiro conhecimento, aquele que pode libertar, é ignorado a todo custo.

 

Qual será o legado do nosso tempo?

 

Destruir o legado das outras gerações, obras que, por descontextualizarem, condenam! Feitos que eram morais em outros tempos e que agora condenam, talvez pela incompetência da nossa geração, que, ao invés de construir, prefere destruir e “receber” algum tipo de pagamento por dívidas que acreditam que precisam ser pagas.

Um dos pontos que acredito que nos difere das gerações anteriores é o brio de lutar pelo futuro, arregaçar as mangas para alcançar o que se deseja. Ao contrário, enviam um “boleto” para o passado, já que a coragem de acusar não é a mesma para trabalhar.

É fácil derrubar estátuas, queimar bandeiras, dar as costas a hinos que falam de histórias e vitórias de outros tempos.

Mais uma vez as pessoas são condenadas à “fogueira” pela ignorância daqueles que julgam, pois os que conhecem não caem ou se incomodam com as críticas e o pensamento. Pelo contrário, se animam diante da possibilidade do nascer de novas ideias e diálogos.

Ser livre é aceitar o pensamento, para que assim possamos crescer e amadurecer como sociedade, construir nossa história, o nosso legado, contribuindo para que as próximas gerações sejam maiores, melhores e mais iluminadas que a nossa. Pois, do contrário, estaremos adentrando em uma era das trevas, a qual durará mais de mil anos.

Caro leitor, a ideia aqui é provocar uma reflexão que nos leve a pensarmos juntos sobre o nosso tempo e para que eu possa aqui deixar alguns poucos pontos que me provocaram durante o ano de 2022.

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