Uma breve reflexão sobre este momento difícil que têm sido as eleições e sobre o destino do Brasil. Podemos dar-nos conta de que não temos candidatos para governar. Não há preparo e conhecimento do que é o ESTADO DE DIREITO e muito menos para resolver problemas que, apesar de terem sua natureza vinculada à gestão administrativa, exigem atributos intelectuais e práticos para serem resolvidos.
Mais uma vez volto a falar sobre a EDUCAÇÃO. E insisto: nunca será clichê falar sobre esse ponto. O assunto é necessário para que nosso País possa caminhar.
A ideia de que governantes devem ser dotados de grande sabedoria e conhecimento não é nova. Platão, lá na Grécia antiga, já defendia isso. Nem Platão nem Aristóteles acreditavam na democracia: na visão de ambos, os filósofos deveriam governar. Afinal, eram eles que tinham a condição necessária para discernir sobre os problemas do Estado e das comunidades.
Vamos fazer uma reflexão?
Já parou para pensar no que aconteceria se todo cidadão brasileiro fosse educado para ser presidente? Imagina se todo brasileiro fosse educado para ser o governante de que precisamos! Talvez conseguíssemos dar uma oportunidade para que este País se tornasse uma nação forte e competente.
Passou da hora! Precisamos insistir em um projeto educacional que trabalhe a diminuição das desigualdades e a tão sonhada liberdade do pensamento, que o educador Paulo Freire defendia.
Precisamos preparar nossas crianças para que possam liderar-nos no futuro. Lembrar que não estaremos aqui para ajudar ou para decidir rumos melhores e que o nosso próprio futuro e existência dependem disso.
Não podemos criar cidadãos dependentes intelectuais, que por falta de conhecimento não tomam decisões e, quando tomam, o fazem pela emoção, e não pela razão. Precisamos de pessoas que entendam que é necessário nos unirmos para crescer. Não é papel somente de uma pessoa a solução dos problemas na nação. Precisamos de cidadãos que consigam perceber as desigualdades e refletir sobre elas e tenham vontade para, de fato, resolvê-las.
Essa pequena reflexão poderia constituir um tratado filosófico sobre o assunto. Mas o convite que eu faço é para que tentemos pensar em um projeto de educação, sem preguiça, sem cansaço. Sugiro disponibilizarmos todas as nossas energias para a construção de um país que dê dignidade ao seu cidadão e que não deixe a impunidade e o descaso operarem como se fossem parte de uma ação natural.
Vamos investir na educação, não só com recursos financeiros, mas com a vontade de aprender e de ser livres. Estudar nunca foi tarefa fácil: a cada dúvida parcialmente solucionada, outras muitas nascem. Mas é isso que nos faz humanos. É essa troca que nos faz nos percebermos nos outros e nos leva a compreender a essência da nossa ação.
Não temos receita pronta! Tudo precisa ser exaustivamente pensado, discutido e aplicado. Não tenhamos a ambição de viver para ver isso pronto, mas vamos dar o primeiro passo para que no futuro reconheçam a força das nossas ações.
Cada brasileiro é essencial para que este País possa ser transformado. Mas para isso precisamos da liberdade, que é promovida pelo saber, pelo estudo, pela educação – política, cultural, social, econômica… Mas, principalmente, HUMANA.
Para isso acredito que também precisamos reconhecer nossos problemas étnicos, raciais, de gênero… Pois esse é o caminho para que também possamos nos perceber humanos.
Devemos educar as crianças para serem PRESIDENTES, líderes. Assim, nossa democracia realmente poderá acontecer. Até lá, mesmo que digam que não, vamos defender esse sistema que nos dá a possibilidade de tentar realizar as nossas escolhas e apresentar nossas ideias.