Ainda hoje é costume nos referirmos aos grandes escritores que ocupam um lugar na Academia Brasileira de Letras como “IMORTAIS”. De onde teria vindo tal expressão?
Lembro-me que certo dia, conversando com uma prima minha de 7 anos, disse-lhe: eles são imortais. Ela me contrariou – não são, tenho certeza que se alguém der uma facada neles eles morrem !
Pois bem, ela estava correta! Aí comecei a pensar… por que imortais ? Logo me veio uma ideia, isso ocorria em virtude de suas obras serem imortalizadas pela Academia e, a partir daí, a acabava por imortalizá-los também. Sempre acreditei nisso. Porém, surgiu uma nova versão, essa apresentada pelo escritor brasileiro Brito Broca. Segundo ele, o que aconteceu foi o seguinte:
Em certa ocasião, quando interrogado porque os acadêmicos eram conhecidos como “IMORTAIS”, o príncipe dos poetas Olavo Bilac teria respondido – Somos imortais, porque não temos onde cair mortos!
Hoje sabemos que aqueles que ocupam um lugar no Olimpo das Letras, são considerados os maiores nomes da nossa literatura. Uma honraria recebida por poucos, digo poucos, pois o número de cadeiras, isto é, vagas na Academia Brasileira de Letras, é limitado. Grande é o número de gênios que deveriam ocupar um lugar entre os IMORTAIS. Obviamente que alguns desses, mesmo não tendo este reconhecimento, passaram para a história e não serão esquecidos, como é o caso de Lima Barreto e Mário Quintana. Com relação a isso, o próprio Mário escreveu:
Poeminha do Contra
“Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão… Eu passarinho!”
E no caso de Lima Barreto, muitos foram os empecilhos colocados, muitos inclusive de cunho preconceituoso. Mais tarde esse memorável escritor foi homenageado em uma magnífica biografia escrita pelo “IMORTAL” filho da cidade de Guaratinguetá Francisco de Assis Barbosa.
Conhecer um pouco da vida literária do Brasil é conhecer o Brasil. Convido a todos a fazer um passeio pela obra “A vida literária no Brasil de 1900” concebida pelo escritor Brito Broca. Este sim um nome de relevância no cenário literário brasileiro e pouco lembrado até mesmo pelos seus conterrâneos guaratinguetaenses.
Grupo de Imortais da Academia Brasileira de Letras