Não temos bola de cristal, mas, com base na observação, podemos fazer algumas elucubrações do que será o futuro da humanidade ao observarmos todas as mudanças que estão acontecendo. Porém, para explicar o que se passa pela minha mente, preciso voltar à Primeira Revolução Industrial, quando as pessoas foram forçadas a abandonar a sua vida no campo e assumir postos de trabalho nos centros urbanos, mudando, com isso, seu padrão de vida e assumindo também novas formas de agir, sentir, pensar e consumir.

De lá para cá, muita coisa aconteceu, encontramos e desenvolvemos os mais diversos cenários que as tecnologias puderam nos entregar. Até que, finalmente, chegamos a um ponto que coloca em cheque o estilo de vida criado na Primeira Revolução Industrial.

Agora, nesta Quarta Revolução, deparamo-nos com algo que pode colocar de lado tudo aquilo que passamos a compreender como sociedade e, pela primeira vez, podemos estar passando por um limiar tão complexo quanto o que ocorreu no XVIII.

A provocação que quero fazer aqui tem a ver com o fato de que a inteligência artificial está realizando muito mais coisas que qualquer ser humano pode realizar, em um espaço de tempo que nem os humanos mais dotados de capacidade cognitiva fariam conseguindo processar milhares de dados em frações mínimas de tempo.

Todos os dias novas inteligências chegam e conseguem nos substituir em vários setores e com muita eficiência; afinal, não comem, não adoecem, trabalham sem conversar e “ganham tempo”, para aqueles que já não querem mais esperar.

Como competir com isso? Aonde isso vai chegar? O que irá acontecer conosco? Estas são perguntas cujas respostas, nesse momento, só podemos tentar vislumbrar…

Bom, não temos como competir com isso. O que temos que aprender, “aqueles que podem”, é ter a inteligência artificial e seus benefícios como parceiros. Pois o fato de a IA conseguir processar um maior número de informações nos dá a oportunidade de nos aprofundarmos nos mais diversos assuntos e de criarmos para além do que já temos, promovendo, assim, pesquisas que podem trazer maiores benefícios para os seres humanos.

Aonde isso vai chegar? Não sabemos. Às vezes é até possível acreditar que já chegamos, pois, daqui para frente, nada mais é que aprimoramento do que conquistamos ao tornar possível e tão sofistica a AI. No entanto, isso me leva à minha terceira e mais importante pergunta: o que irá acontecer conosco?

Neste ponto, a reflexão é a seguinte. O mesmo movimento que foi provocado pela Revolução Industrial no século XXVIII poderá agora nos colocar em uma condição inversa. É provável que nós tenhamos que pensar em modelos de vida autossustentáveis, parecidos com o que tínhamos antes do advento da indústria, quando nós produzimos aquilo que era essencial para nossa sobrevivência e para possíveis trocas com algumas coisas que não tínhamos recursos para produzir.

Uma vida que será mais parecida com aquela que existia antes mesmo do advento do capitalismo. E acredite, aqui não falo do fim do capitalismo, mas de uma reinvenção que poderá dividir o mundo em duas grandes classes: uma, dona de todos os recursos tecnológicos e de produção em escala; e outra que, para sobreviver, irá precisar buscar modelos de vida que antecedem tudo aquilo que vivemos até agora. Não dá para afirmar, mas isso é um vislumbre, com base nos avanços que venho percebendo.

Sou alguém que defende veementemente os avanços da tecnologia, mas, ao observar o comportamento de nossa sociedade, não consigo arriscar em outra ideia de possibilidade de um futuro que não seja assim. Se não queremos que as coisas caminhem para esse lado, devemos começar a dialogar o limite de processos que poderão ser realizados pelas máquinas, para que o papel da inovação tecnológica seja realmente cumprido e proporcione uma vida mais saudável ao ser humano, que, por não estar ocupado realizando certas atividades, poderá viver de forma a aproveitar mais tempo, acessando recursos que poderão trazer grandes benefícios à sua vida, e não em uma condição tão precária e sem oportunidades, como foram os períodos que antecederam à Primeira Revolução Industrial.

Devemos agir antes, pois, quando as coisas já estão prontas, dificilmente conseguimos mudá-las. Existe pouca vontade política e, ao mesmo tempo, não é toda população que tem coragem de se levantar, pois o sistema é tão perfeito que acreditamos que um dia seremos nós a comandá-lo.

Pretendo desenvolver melhor essa ideia e me apoiar em autores que poderão dar sinais ainda mais claros deste vislumbre. Não podemos prever o futuro, mas precisamos fazer esse exercício, a fim de evitarmos catástrofes. Pretendo desenvolver melhor essa ideia e me apoiar em autores que poderão dar sinais ainda mais claros deste vislumbre. Não podemos prever o futuro, mas precisamos fazer esse exercício, a fim de evitarmos catástrofes!

 

Vamos refletir sobre isso. Hoje deixo aqui algo para pensarmos!

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