Geralmente costumo escrever no dia que as coisas acontecem, mas dessa vez por uma gripe forte ocasionada exatamente pelo tempo gelado de Minas Gerais, precisei esperar um pouco para contar a experiência que foi acompanhar mais uma o Grupo de Moçambique de Lorena.
No dia 9 de julho de 2017, o destino foi a cidade de Jesúania -MG, e, mais uma vez, pude ver a bandeira da cidade de Lorena-SP tremulando à frente deste grupo de Moçambique, que, com organização, ritmo e ousadia passava pelas ruas da cidade de Jesúania, levando sua música, cultura e história.
Desta vez a apresentação estava mais focada nos aspectos culturais dos grupos que nos aspectos religiosos. E, apesar do Festival de Congadas e Moçambiques estar acontecendo dentro das festividades de Nossa Senhora do Rosário, era nítida a valorização da cultura popular e não canônica, o que, em minha opinião, só faz com que o povo se sinta ainda mais parte integrante da Igreja.
Uma outra coisa que me chamou a atenção foi o envolvimento e comprometimento da prefeitura de Jesúania. Desde o início da organização, a administração mostrou-se preocupada em contribuir com os grupos que desejavam participar do evento.
Minha aproximação do grupo é recente, e neste segundo momento pude notar coisas que me interessavam, a começar pelo cuidado que o Mestre Ubirajara tem com os seus. A todo momento “ligado” com um olhar atencioso para com cada um dos integrantes do grupo, não deixando passar uma situação. Assim deveria ser papel dos líderes, ou seja, zelar e apoiar o seu povo, de forma maneira ímpar, fato que se pode ver nitidamente na forma como o grupo se apresenta e se organiza rapidamente ao chamado do Mestre Ubirajara e do Mestre de linha Ronaldo. O respeito pelo trabalho do grupo de Lorena é tão forte, que a pedido do poder público de Jesúania, coube a eles liderar a procissão.
Como disse o zelo e compromisso de como as coisas são feitas são evidentes, e assim como um coral, o grupo se mostra ensaiado do começo ao fim, ao ponto de todos conhecerem o que o outro faz. Para mim, que sou leigo, fica difícil perceber especificidades mas, em uma das apresentações, Mestre Ubirajara fez com que cada um dos integrantes do grupo “puxasse” a música com seu instrumento, o que demonstra este preparo e ensaio do grupo.
Foi um dia de muita alegria e cultura. Eu fui de curioso acompanhar meu amigo Prof. Douglas Rodrigues, que está desenvolvendo uma pesquisa com o Grupo de Moçambique de Lorena. Douglas está vivenciando cada dia do grupo, o que nos dá certeza que, em breve, teremos uma belíssima história em nossa querida Lorena.
Espero em breve poder acompanhar esse grupo novamente em outro evento. Sei que em breve também vão se apresentar em Lorena. Para aqueles que não conhecem, convido para desfrutar da trajetória do Grupo de Moçambique de Lorena.
Até a próxima…..