Dizia o Visconde de Guaratinguetá – Casamento é Instrução! Para de alguma forma impedir que suas filhas estudassem, mantendo-as obediente a ele pai e ao seu futuro marido.

No passado o casamento era obrigatoriedade, um pacto, uma sociedade. Determinado por famílias influentes ou não, o que levava muitas vezes os jovens ao desgosto de se casar com alguém por quem não nutriam afeto algum.

Neste contexto, mudanças sociais começaram a acontecer, trazendo algum alívio a esses jovens. Até então não era permitida a proximidade, se conhecer ou escolher a pessoa com quem passaria toda a vida.

Encontraram uma saída, que não atentava diretamente contra a honra da família e nem da moça, mas que traria alívio a alguns casais.

No final do século XIX, começava a se tornar comum o Rapto Consentido, que consistia em o rapaz sequestrar a moça de quem estava enamorando.

Este tipo de rapto, antes de acontecer era combinado, não só com a moça, mas, em muitos casos, com pessoas da própria família e autoridades da região, tanto que ao sequestrar a moça, o rapaz a levava para uma espécie de asilo, que, segundo a historiadora Mary del Priore, podia ser até mesmo a casa de um juiz da cidade.

Somente depois que a moça avisava a família era que o casamento com o “sequestrador” era feito, mesmo por que ela dizia que só sairia de onde estava casada.

Este rapto em outros casos, assim como afirma a referida historiadora, poderiam significar também o ato de não precisar realizar festas, já que nos casos de famílias pobres, casar uma filha era algo muito caro. Ainda hoje costuma-se acreditar que é uma obrigação do pai da noiva se responsabilizar pelas despesas do casamento. Era comum se dizer naquela época que “o que se tinha era para casar a filha” uma expressão popular que também venceu o tempo, e ainda hoje quando vamos nos referir a gastos muito onerosos, por vezes dizemos isso.

Muitas coisas aconteceram em nome do amor e destes romances que marcaram a história de muitas famílias, ainda hoje escutamos alguns dos nossos avós contarem história desta época, é claro que hoje o mundo é outro, não sendo mais necessário este tipo de situação, hoje não se espera a autorização do pai para um casamento, muitas vezes nem se pergunta. Hoje a vontade e a liberdade são respeitadas. Não sou ninguém para julgar! Mas será que são bem utilizadas?

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