Em meio a essa pandemia, qual é a nossa atitude diante do uso das tecnologias em nossas aulas virtuais ou remotas? Será que estamos inovando? Ou estamos conseguindo reproduzir a mesma sala de aula dos últimos séculos?
Tenho feito essas perguntas desde o início do nosso isolamento social, e percebo que nossa resistência é maior que a coragem de inovar, mesmo diante da possibilidade que o “problema” do Covid-19 nos proporcionou.
Estamos com uma oportunidade única de nos lançarmos em meio a todas as novidades que as tecnologias trouxeram para a educação, mas estamos tão habituados a repetir modelos que, talvez, não estejamos conseguindo transformar os espaços virtuais no espaço físico da sala de aula tradicional.
Admito o valor de tudo que é realizado e entendo o receio dos riscos, mas será que não chegou a hora de irmos além, de realmente investirmos em um novo modelo metodológico de aprendizagem que seja mais significativo para nossos alunos?
Precisamos correr riscos, pois só assim vamos gerar as possibilidades que o futuro ou o presente começam a exigir de nós. Percebam que não estávamos preparados para as exigências do isolamento, e estamos tendo que aprender “a toque de caixa” para suprir o momento.
Já sabemos que nossos alunos possuem acesso a milhares de informações, mas eles sabem o que fazer com elas? Precisamos ensinar nossos alunos a perguntarem. Sempre foi assim, mas neste momento, no qual temos as ferramentas digitais, precisamos explorar a habilidade de perguntarem ainda mais, pois de nada adiantam as ferramentas, como o Google ou os repositórios de informação, se eu não sei que pergunta fazer. Neste sentido, não podemos tolher a criatividade dos nossos alunos, e se queremos criatividade, não podemos cobrar reprodução.
Neste criar, perguntar, o aluno vai utilizar os seus saberes prévios e os saberes aprendidos, mas para isso o professor precisa estar aberto para perceber as respostas, as atividades e as propostas feitas aos alunos.
Assim, do mesmo modo que digo aos meus alunos quando me pedem o modelo para realizar uma atividade, digo aos professores: não existe modelo, estamos criando os novos modelos, mas para isso precisaremos romper com a nossa zona de conforto docente e colocar a “mão na massa”, assim como queremos dos nossos alunos.
Essa é uma breve reflexão que quero compartilhar para que possamos pensar juntos e colaborativamente. Precisamos lembrar que colaboração é uma das principais habilidades do nosso tempo, e só assim vamos construir possibilidades para que nosso trabalho seja ainda mais significativo.
Sei de todas as dificuldades de nossa profissão, mas também sei que só nós conseguiremos encontrar as melhores condições e ferramentas para desenvolvermos a educação do século XXI.
Estamos juntos nessa missão que é a educação!