Recentemente tive a grata oportunidade de rever uma professora que fez muita diferença em minha vida. Tive a honra de ser seu estagiário e aprendi muito com o seu jeito cativante e apaixonado de lecionar.

Em uma aula inaugural do curso de Licenciatura em História do UNISAL Lorena, realizada no dia 8 de março de 2018, Dia Internacional das Mulheres, pudemos ouvir essa professora e descobrir mais sobre sua história e seu jeito de ser professora. Na ocasião, é claro, parecia que eu tinha retornado 10 anos no tempo e estava em uma de suas aulas. Por instantes me senti aquele aluno curioso novamente, que, com atenção, queria beber ao máximo do que ela tinha para ensinar.

Eu, como disse, tive a oportunidade de conhecê-la em meu estágio e, com ela, aprendi muito sobre o que é ser professor. O estágio bem-feito faz uma diferença tremenda em nossa vida, independentemente da profissão que você seguir. É a chance que você tem de aprender e progredir dentro da área que você escolheu! Mas quando encontramos alguém disposto a ensinar, isso ganha uma nova forma de ser. Digo que fui muito feliz neste meu tempo, não tenho do que reclamar. A forma como ela conduz sua aula faz até quem não tem a mínima afinidade com a história passar a amar a matéria e interessar-se por cada novo assunto.

Eu penso que o período em que fui estagiário desta professora foi um divisor de águas em minha vida. Até o momento em que tive a oportunidade de entrar em sala de aula, com ela, pensava muito se eu gostaria de ser professor ou não, especialmente porque meu grande encantamento sempre foi a pesquisa. Confesso que tinha mesmo era medo de estar na frente de uma sala de aula, fato que só mudou graças à forma como ela me conduziu nesse estágio, me mostrando o lado bom da profissão e me apresentando formas de lidar com as situações difíceis do cotidiano em sala de aula.

O momento do estágio deve ser para o universitário um tempo de reflexão e preparação no qual ele perceberá que a sala de aula é um reflexo da sociedade, ou seja, uma representação do espaço social. E ali aprenderemos a nos relacionar com essa sociedade. Cada aluno traz consigo costumes e histórias distintas, e, ao perceber essas especificidades e realidades, nos tornamos melhores professores.

Durante a sua fala na aula inaugural, a professora Marta lembrou-se de um episódio da época em que fui seu estagiário, período que, sem dúvidas, me marca até os dias de hoje, o que demonstra a forma assertiva com que ela contribuiu para minha formação.

Na época de estagiário, por algumas vezes assistia à aula em uma turma de determinada série e, em seguida, participava na segunda sala de mesma série. Certo dia, ela foi até mim e disse: “Fique atento: quando formos para a outra sala, você vai dar a aula”. Confesso que fiquei muito ansioso nesse momento, mas feliz, pois sabia que, para ela me dar essa chance, é porque acreditava em minha capacidade.

Quando entramos na sala, ela preparou o quadro com os diferentes temas que deveriam ser abordados. Em seguida, anunciou aos alunos que eu daria a aula. Percebi que eles também acharam interessante, me olhavam com um sorriso de afirmação, como se me dissessem para fazer aquilo. Ao mesmo tempo, senti confiança pela forma com que a professora me apresentou.

Ela me deixou falar e, em alguns momentos, também tomou a palavra, para preencher alguma lacuna que eu acabava por deixar. Tive uma sensação muito boa por estar ali, diante de uma turma de alunos, sob a perfeita orientação da professora Marta. Dali por diante, passei a ter uma vontade tremenda de estar em uma sala de aula.

Além disso, muitas foram as oportunidades que a professora Marta me proporcionou ao longo do estágio, o que foi me amadurecendo nesse processo de formação e me preparou para a parte prática da sala de aula. Sempre com muita atenção, me apoiou e ajudou nas dúvidas e dificuldades que eu tinha.

Durante a aula inaugural, ficou clara a preocupação que a professora Marta tem com a profissão do professor e com a forma como os alunos vão encarar essa missão que é a sala de aula. Ela nos transmite com convicção a importância do professor de história na formação da nação e as possibilidades que temos de ajudar nossos alunos desenvolverem um perfil crítico e autônomo.

Também nos chamou atenção com uma pergunta: “O que você lembra do seu professor?”. Provocou, dessa forma, nos alunos uma percepção de que eles irão lembrar-se de nós muito mais pela forma como nos relacionamos do que pelos conteúdos que ensinamos. O aluno irá lembrar-se do conteúdo, mas não necessariamente de que professor lecionou a matéria. Assim, ela evidencia nossa formação humana no processo de aprendizagem.

Nessa aula inaugural, além da oportunidade de mais uma vez aprender com esta professora que é um ícone para seus alunos, tive a oportunidade de revisitar de forma emocionante meu tempo de estagiário.

A fala da professora Marta, sem a menor sombra de dúvidas, é um marco positivo na vida de muitos dos seus alunos, assim como foi na minha. Sempre serei eterno estagiário desta professora. Quantos novos e bons professores de História têm surgido graças à dedicação da professora Marta, que, com amor, coragem e respeito, ensina a nossa história.

Parabéns, PROFESSORA Marta!

E muito obrigado!

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