Hoje eu gostaria de apresentar o comentário que um dos meus alunos do 1º ano do Curso de História do UNISAL realizou sobre o meio-ambiente e a economia. Durante nossas aulas de Sociologia discutíamos muito as questões que envolviam o consumo e a sustentabilidade. Em uma atividade avaliativa instiguei os alunos a realizarem suas críticas com relação à Sustentabilidade. O aluno Pedro Henriques Pereira Eschechola apresentou a seguinte ideia, que me chamou a atenção pela forma com que ele percebeu a situação… e agora convido-os a conhecer o pensamento deste jovem que nos brinda com a ideia da Insustentabilidade do Modelo Econômico Atual
A INsustentabilidade do Modelo Econômico Atual
Por Pedro Henriques Pereira Eschechola
Não é de hoje, não é pra hoje, muito menos vai acontecer hoje, mas temos urgência. Urgência de um modelo econômico que não esgote os recursos naturais de nosso planeta, que não desmate, que não polua ou agrida de qualquer forma o meio ambiente. Ao incentivar o consumo desenfreado, esse modelo já ultrapassado nos leva a um ciclo vicioso, no qual o que acabará primeiro não serão os smartphones, computadores os televisores e sim o planeta Terra.
Por meio do capitalismo agressivo que impera em praticamente todo o mundo, imposto pela maior nação capitalista mundial, os Estados Unidos, nós fomos e estamos sendo continuamente doutrinados a um estilo de vida que apenas fere a natureza e à ela não devolve nada em troca.
Um aspecto que poucas vezes é abordado pela mídia de uma forma séria e contundente é o alto consumo de carne no mundo inteiro. Grandes ONGs que se dizem ambientalistas, que procuram na forma de propaganda criticar diversas práticas que prejudicam de forma direta o meio ambiente, fecham os olhos para as consequências devastadoras do consumo elevado de carne, seja ela de origem marinha ou terrestre.
Hoje o número de cabeças de gado no Brasil ultrapassa a marca de 200 milhões, contabilizando mais ou ao menos igualando, o número de vacas e bois ao de habitantes. Toda esse volume ocupa um espaço imenso, gerando “desertos” de criação animal, processo que é responsável por mais de 50% dos gases nocivos à camada de ozônio, porém o que nos é passado pela grande mídia é que os verdadeiros vilões, na verdade, são os carros, fábricas etc.
Esses dados alarmantes são apenas alguns entre muitos sobre o consumo crescente de carne no mundo. Podemos trazer à tona informações sobre como a pesca industrial é feita e os danos que ela causa à biodiversidade marinha e seu ecossistema, a falta de tratamento dos dejetos bovinos que vão diretamente aos oceanos, criando bolsões de “mar morto”. Tudo isso é acobertado, por interesse da mídia, do governo e principalmente dos multibilionários lobistas pecuários.
Não bastasse a tragédia anunciada que vivemos no setor alimentício, vemos cada dia mais uma cultura consumista, em que é mais importante ter o celular de última geração, o carro do ano e outros luxos, que pensar em todo o impacto causado ao meio ambiente.
Esse sistema capitalista é baseado exclusivamente no lucro e, infelizmente, mesmo nos países mais avançados, vemos um despreparo enorme em relação aos resíduos da produção industrial e o descarte do excedente de produtos pela população consumidora.
Ao levarmos em conta todos esses fatores prejudiciais ao nosso planeta, é impossível negar que estamos à beira de um colapso ambiental e estrutural de nossa economia. Algo terá que ser feito urgentemente para que nossos filhos e netos não presenciem uma catástrofe global, seja usando da conscientização de toda uma população engolida pela cultura consumista ou até mesmo a mudança/adaptação do atual modelo econômico. O que não pode acontecer é acharmos que o nosso planeta é como um iphone, e que a cada 1 ou 2 anos teremos uma versão mais nova e moderna, eternamente.