Francisco de Assis Barbosa nasceu em 21 de janeiro de 1914 em Guaratinguetá, para uma vida de grandes conquistas no campo da intelectualidade e ocupou um lugar no “Olimpo das Letras” como membro da Academia Brasileira de Letras eleito em 19 de novembro de 1970, para a cadeira nº 13, cujo patrono é Francisco Otaviano de Almeida Rosa¹, e membro fundador, Visconde de Taunay².
“Autor de uma obra em que se evidencia o rigor da pesquisa e da interpretação, escreveu “A vida de Lima Barreto”, biografia completa do grande escritor urbano, além de ter compilado e anotado a edição das Obras completas do mesmo autor, com a colaboração de Antonio Houaiss e M. Cavalcanti Proença. O livro Retratos de família é um álbum de recordações dos grandes vultos da nossa cultura. Entre os vários livros desse escritor voltado aos assuntos e problemas brasileiros, de
staca-se a biografia Juscelino Kubitschek – Uma revisão na política brasileira, e prefácios à obra de vários autores, os quais constituemverdadeiros ensaios.” (ABL, 2011)
Sua atividade como intelectual brasileiro começou em 1931 quando entrou para a Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, intensificando-se a partir de 1934, quando passa a escrever para os principais jornais cariocas e revistas do período: “A Noite” (1934), “O Imparcial” (1935), “A Noite Ilustrada”, “Vamos Ler”, “Carioca”, “Diretrizes” (1936-1942). Foi, também, colaborador da Revista “Globo”, redator do “Correio da Manhã” (1944), do “Diário Carioca”, da “Folha da Manhã” e da “Última Hora”, (1951-1956). E ainda, editor do Jornal do Brasil por ocasião do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, em 1965.
Exerceu concomitante ao trabalho jornalístico, outras atividades no campo da educação, do direito, do magistério e trabalhos burocráticos em órgãos do governo federal. Em 1934, exerceu a função de Inspetor Federal, junto a Escola Técnica Nacional e à Escola Técnica Mackenzie, e em 1942-1943, técnico em educação, no Instituto Nacional do Livro, preparando textos de autores brasileiros. Foi assistente da Faculdade Nacional de Filosofia (1944-1945), e no mesmo ano, fundou a Associação Brasileira de Escritores. De 1936 a 1938, como advogado recém formado, o cargo de Delegado de Polícia nas cidades de Aparecida-SP e São Luis do Paraitinga-SP.
Em 1956 passou a fazer parte do gabinete da Presidência da República, no governo de Juscelino Kubitschek, chegando a chefe do serviço de documentação; bem como as atividades de advogado do Estado da Guanabara e membro do conselho deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); assessor editorial da “Encyclopaedia Britannica do Brasil”, coordenador da seção de História do Brasil da Enciclopédia Barsa (1961-1965), co-editor da Enciclopédia Mirador Internacional (1971) e diretor da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a partir de 1966.
Foi vice-presidente da Fundação Padre Anchieta, TV Cultura de São Paulo, no ano 1975, sendo contratado, também, pelo Governo de São Paulo, para elaborar o plano de remodelação do sistema arquivístico do Estado de São Paulo, tendo participado do simpósio de arquivistas franceses, Archives Nationales, em Paris, no ano de 1976.
Em 1977 passou a integrar o corpo de diretores da Fundação Casa de Rui Barbosa, chefiando o Centro de Estudos Históricos.
Participante de entidade e órgãos culturais, foi nomeado para o Conselho Federal de Cultura, passando a integrar a Câmara de Letras em 1975; eleito presidente da Comissão de Literatura de São Paulo, em 1976, e membro do CONDEPHAT, em São Paulo, como representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no mesmo ano.
Autógrafo de Francisco de Assis Barbosa – Para o casal Gloria e Eboli – 1971
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Obras:
Os homens não falam demais, reportagem, em colaboração com Joel Silveira(1942)
A vida de Lima Barreto, biografia (1952)
Retratos de família, ensaios (1954)
Machado de Assis em miniatura, biografia (1957)
Encontro com Roquette-Pinto, ensaio (1957)
Achados do vento, ensaio (1958)
Lima Barreto, introdução e antologia (1960)
Juscelino Kubitschek Uma revisão na política brasileira, biografia (1962)
Nominata carioca, história (1965)
História do povo brasileiro (fase nacional), em colaboração com Afonso Arinos de Melo Franco eAntonio Houaiss (1968)
A hora e a vez de Bethencourt da Silva, discurso (1972)
Santos Dumont inventor, biografia (1973)
Bernardo Guimarães: a viola e o sertão (1975)
A cadeira de Evaristo da Veiga, discurso (1981)
Os melhores poemas de Manuel Bandeira, organização e introdução (1984).
Referências:
LEITE. Aydano. Guaratinguetá e seus vultos – Para a História da Terra das Garças Brancas. Guaratinguetá, vol.2, 1967.
[1] Advogado, jornalista, político, diplomata e poeta, nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 26 de junho de 1826, e faleceu em 28 de junho de 1889, na mesma cidade.
[2] Engenheiro militar, professor, político, historiador, sociólogo, romancista e memorialista, nasceu no Rio de Janeiro- RJ, em 22 de fevereiro de 1843, e faleceu em 25 de janeiro de 1899, na mesma cidade.