Costumo dizer que em 2009 tive meu nome mudado de Diego para Prof. Diego, e isso trouxe muita responsabilidade, por que, se antes eu só precisava, em partes, atender às necessidades do DIEGO, agora eu precisava atender principalmente ao PROFESSOR e aos PROFESSORES. Entendo que devemos cuidar dessa profissão, respeitar o título que carregamos, e que não temos o direito de comprometer toda uma classe de profissionais somente pelas nossas vontades.

Todo profissional precisa ser um exemplo, pois, quando algo ruim ou bom acontece, a primeira referência que fazem é ao profissional. Não podemos, portanto, agir somente por nossa vontade. E sou feliz pela escolha que fiz. Afinal, ninguém nos obriga a ser algo, então preciso entender e respeitar as situações e demandas desta profissão.

Vivemos em um tempo em que todos acreditam que podem fazer aquilo que vai fazer bem a si mesmo, esquecendo todos à sua volta; um tempo do indivíduo, como se estivéssemos sozinhos na Terra e aquilo que fazemos não fosse afetar outras pessoas.

A missão/profissão torna-se ainda mais difícil por que precisamos, além de ensinar aos nossos alunos os conteúdos e exemplos que lhes possibilitarão um universo de descobertas e aprendizado, ensinar-lhes também o convívio, o respeito e a compaixão.

O apoio das famílias é condição essencial para que o profissional da educação possa realizar sua tarefa com seus alunos. O professor não é o pai, não é a mãe. Educação, como podemos ver na Constituição Federal do Brasil, é dever do ESTADO, mas também é da FAMÍLIA, e o professor dificilmente conseguirá cumprir a sua missão se não houver uma interação entre essas partes.

Se o professor tiver que cumprir o papel da educação de casa – embora saibamos que ele também faça isso no decorrer de seu trabalho –, ele não conseguirá dar conta da educação formal das crianças e jovens.

Não quero ficar com saudosismos, mas, quando dizemos que a educação no passado era melhor, não é em função do método bancário (em que o aluno recebe uma série de conteúdos sem realizar um processo crítico), e sim porque existia uma relação entre essas partes, principalmente no que tange escola e família. Se conseguíssemos aliar novamente esses dois pontos às novas metodologias de ensino, possibilitaríamos o nascer da sociedade que sonhamos e poderíamos, a partir daí, projetar um novo BRASIL.

Enquanto professor, tenho lutado dia a dia para levar aos meus alunos, nos diferentes estágios do ensino, o melhor, e ainda me sinto em falta. Mas sei que muito do que não consigo ainda está associado à falta dessa união. Pelo que tenho percebido, quando existe uma preocupação legítima por parte da família, as coisas são diferentes, os alunos se desenvolvem melhor e ainda conseguem promover nos colegas a vontade de seguir pelo mesmo caminho.

Apoiar um filho não é fazer tudo que ele quer, não é dar a ele tudo que você não teve. É criá-lo para uma sociedade, para ele melhorar a vida dele e de toda a nação. E não acredite que seu filho não é capaz disso, pois ele é. Temos o costume de ver a história das pessoas só quando elas vencem, já prontas, e esquecemos que existe por trás dela toda uma trajetória de dificuldades e problemas. Por isso, permita que o jovem passe pelas tristezas – pela tristeza de uma nota baixa, de uma desilusão – e pelos tombos e se fortaleça com eles, só assim ele vencerá. Chegará um momento em que nem pais nem professores estarão lá para eles. Por isso, acredito que devemos cobrar e batalhar com eles, pois é dentro das escolas e faculdades que vamos formar o bom cidadão, e isso, sim, vai literalmente mudar o bairro, a cidade, o estado, o mundo.

Não podemos retirar as defesas de nossos filhos e continuar criando uma sociedade sem forças para lutar. Vamos, sim, incentivá-los a lutar pelo melhor, pelo que é certo e justo, de modo que entendam que o mundo não vai fazer somente o que eles querem.

No mais, assim como dizia Paulo Freire, grande professor brasileiro: “Não quero criar seguidores, e sim líderes”.

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