Quando ingressamos para os espaços educacionais entramos com a promessa de modernizar, dialogar, inovar, pensar com o aluno e garantir seu espaço. Será que o fazemos? Ou será que continuamos repetindo os velhos erros, porque não possuímos novos modelos e assim como nossos alunos temos medo de ser criticado, o que nos impede de arriscar?

Por que escrevemos na maioria das vezes de forma que outras pessoas não possam entender o que é exposto, será que é medo de ser visto como inferior? Ou é porque escrever difícil me coloca em uma redoma de certos academicistas? Será que somos tão vaidosos que torna-se difícil aceitar que os outros também conhecem e que muitas vezes na sua simplicidade conhecem melhor do que nós.

Certa vez afirmou o filósofo da antiguidade Sócrates – Só sei nada sei. E o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa. Toda vez que me deparo com pessoas que usam seu conhecimento para humilhar outras pessoas, isso me vem à cabeça, e me vem da seguinte forma. Como são vaidosos, fracos e ignorantes ao ponto de não perceber que aquilo que fazem é sim a prova de sua fraqueza conceitual, tanto que eles precisam menosprezar o conhecimento alheio para garantir aquilo que acham saber, se valendo de frases prontas e palavras rebuscadas, como se isso os fizessem “donos” da realidade e “senhores” do conhecimento.

Segundo o filósofo Antonio Gramsci “Todos os homens são filósofos” 1) na própria linguagem, que é um conjunto de noções e de conceitos determinados e não, simplesmente, de palavras gramaticalmente vazias de conteúdo; 2) no senso comum e no bom senso; 3) na religião popular e, consequentemente, em todo o sistema de crenças, superstições, opiniões, modos de ver e de agir que se manifestam naquilo que geralmente se conhece por ‘folclore’, ou seja, todos nós produzimos conhecimento. E se paramos para realizar uma análise sociológica, percebemos a grosso modo que a vida humana é um contínuo ato de ARRISCAR-OBSERVAR-REPETIR, isso se fizermos uma análise simples, sendo assim é com o tempo e as ações que desenvolvemos conhecimento, logo o conhecimento antes de sê-lo, era uma  prática carregada de riscos, que podia levar seu agente social ao erro ou acerto.

Neste sentido porque carregamos a vaidade de não errar? Afinal, errar é humano! É com o erro que aprendemos, muito mais com ele. Porém existem aqueles que acham que estão em um ponto mais elevado, o que faz com que eles não arrisquem, não apresentem as suas ideias, pelo simples medo de ser contrariado…mas meus amigos, se eu for contrariado – ótimo! Isso trará a mim, muito mais aprendizado, e a partir do momento que arrisco abro caminho para novas ideias e soluções. Precisamos sair da posição confortável que os títulos as vezes trazem consigo, como se isso fosse garantia de conhecimento.

Em outros casos, existem pessoas que nunca mostram a “cara”, mas insistem em criticar aqueles que de algum modo fazem e apresentam publicamente o que pensam. E aí,  meus amigos eu pergunto – porque essas pessoas tão preocupadas com os feitos alheios não começam a realizar suas próprias coisas? Mas não pelo reconhecimento e sim por que acreditam naquilo que fazem e se realizam por isso. É muito fácil criticar sem colocar a “mão na massa” sem sair do “pedestal” sem mostrar a “cara”.

Durante os meus anos de aluno, tive a oportunidade de encontrar mestres que eram poços de humildades, um ação muito natural deles, entretanto, pude conhecer o outro lado, um lado que talvez tenha o se esconder e humilhar como uma proteção por não acreditarem naquilo que eles mesmos nos apresentam. Com relação aos humildes esses sim nos ensinam e cumpre o verdadeiro papel de um espaço educacional, o da formação integral de alunos desde do ensino básico até o mais alto nível do superior, professores que assim como o gigante Paulo Freire, que buscava formar líderes e não seguidores.

Este é mais um texto que coloco para refletir, para tentar entender coisas que venho buscando durante toda a minha vida, às vezes aparecem certas situações em minha mente e sinto a necessidade de transformá-las em texto, para que um dia possa me ajudar a refletir novamente ou para outros me ajudarem a pensar.


 

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