Nos últimos anos, temos falado muito sobre política, corrupção e vários outros temas ligados aos problemas sociais que temos enfrentado no Brasil, principalmente após a promulgação da sua Constituição cidadã, em 1988. Mas será que aprendemos a ser cidadãos, ainda mais nestes últimos anos em que temos experimentado a democracia? Acredito que não! E sei que se sairmos às ruas e perguntarmos às pessoas o que é ser cidadão, muitas irão hesitar ao responder e acabarão por dar uma resposta teórica relacionada a direitos e deveres.

Mas então eu pergunto: que direitos? Que deveres? Nós não sabemos quais são, muitos demonstram nem querer saber, a não ser, é claro, que esses direitos tragam alguma vantagem. Ainda assim, paramos na vantagem, pois parece que os deveres nos cegam.

Tornou-se tão teórico o “ser cidadão”, que as pessoas deixaram de perceber que isso está associado às ações pequenas do cotidiano. E para essas ações acontecerem, precisamos entender que não somos indivíduos, e sim sociedade, e que, enquanto sociedade, todo este País e seus “indivíduos” também são nossa responsabilidade.

Quando nós cobramos de um representante político algo que nós mesmos não fazemos, estamos, no mínimo, incorrendo em um erro. Se é cultural acreditar que somente o outro deve fazer alguma coisa para melhorar o País, por quais motivos aquele que nos representa vai pensar ou agir de modo diferente? Afinal, os nossos políticos são filhos do nosso tempo e de nossa sociedade, um retrato da maioria dos brasileiros.

Não falo isso com felicidade, mas falo porque acredito que, por mais clichê que possa parecer, se quero mudar alguma coisa, devo começar por mim. Essa é a maior das verdades e a mais pura realidade. No momento em que mudamos e tentamos agir de maneira preocupada com o outro, a minha ação provoca melhorias em minha vida e na vida do outro. Quando, por exemplo, eu cuido do ambiente em que eu vivo, estou cuidando também do ambiente do outro. Quando eu tenho a iniciativa de pegar um lixo que aparece em nosso caminho e dar o destino correto a ele, estou cuidando do meu espaço e também do espaço do outro. Cada boa ação gera uma boa reação, e ao ver uma pessoa agindo corretamente, no mínimo, me sinto incomodado e inclinado a agir de outra maneira, a correta. Dessa forma, influencio o meio em que vivo.

Nesse sentido, entendo que, para melhorarmos o Brasil, precisamos melhorar nossa postura, conhecer nossa Constituição, cobrar e fiscalizar cada uma das coisas que estão, a meu ver, erradas e cobrar do Estado e do outro, mesmo que não seja algo que interfira diretamente na minha vida. Só assim vou ser cidadão, só assim vou estar preparado para a política. Ou entendemos que somos sociedade ou o Brasil nunca terá jeito.

O ato de VOTAR precisa trazer consigo todo esse entendimento do que é ser CIDADÃO, para aí, sim, sermos SOCIEDADE que se prepara para o futuro. E, a partir desse ponto, teremos condições de planejar o Brasil para 20, 30, 100 anos.

Precisamos votar em projetos, e não em pessoas. Acredito que não preciso dizer que a EDUCAÇÃO é o único caminho para um país melhor, pois, com educação de qualidade, mesmo quando tivermos problemas de natureza econômica, teremos condições de seguir em frente e encontrar novas formas de nos superarmos.

Acredito no Brasil, acredito na democracia e acredito que essa geração que começa a se formar fará deste País um lugar mais digno e justo do que este em que estamos vivendo. Cada pequena boa ação hoje terá um grande resultado em um futuro não tão distante.

Encerro aqui e faço um pedido: que tentemos ser cidadãos, que percebamos que cada ato é importante para aprendermos a viver em sociedade, para que o indivíduo tenha dignidade neste BRASIL e a política, de fato, represente uma sociedade correta, sem “jeitinhos” e mazelas.

Até a próxima!

 

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