Por Diego Amaro de Almeida e Lilian de Paula Santos

O ano de 2020 passou num sopro, e nós voltamos aqui para fazer uma reflexão pública sobre os acontecimentos do ano, o que, sem dúvidas, é um belo exercício. Acreditamos que todos deveriam fazê-lo ao final de cada ciclo.

Como disse o poeta Mário Quintana: “Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira e do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça…”.

Nesse recomeçar, é importante olharmos para o que vivemos e buscarmos todas as experiências, sejam elas doloridas ou agradáveis, pois no fim todas elas nos ensinam.

O ano de 2020 será para sempre lembrado como o ano que deu o verdadeiro início ao século XXI. Nele, manifestou-se toda a culminância das tecnologias que vinham sendo desenvolvidas. Todos tiveram que se submeter a ela e aprender um novo jeito de ser humano. Passamos a conviver e ter como ferramenta do cotidiano a Inteligência Artificial.

Mudaram os nossos hábitos de compras, de viagens, de trabalho, de estudo, de relacionamentos. Aumentou o número de consumidores que passaram a ser patrões de si mesmos! Os empreendedores borbulharam aos montes em busca de uma oportunidade nessa nova sociedade que emergiu num cenário de COVID.

Será que todos têm talento para tal atividade? Ou será que o mundo do medo deu lugar às descobertas de grandes talentos empresariais e à inovação?

Que assim seja!!!!

Alguns até poderão dizer: “mas isso tudo que disseram já estava aí!”. Sim, é verdade! Mas foi no meio desse caos que nos lançamos com coragem nos braços do mundo digital, diga-se de passagem, um caminho sem volta. O mundo deu asas a quem só caminhava, mesmo que a passos largos.

Muitas barreiras foram quebradas! Quem tinha medo dos “botões”, precisou enfrentá-los; quem tinha receio da “espionagem”, aprendeu a conviver; quem não acreditava nos “benefícios”, não teve escolha e agora percebeu a revolução que pode ser feita.

Voltamos a dizer: não que a tecnologia já não estivesse em nossas mãos, mas é a primeira vez que nós, “simples” humanos, integramo-nos a ela.

Foi também um ano de volumosas despedidas, o que fez cada uma delas muito significativa. A morte é uma certeza, mas quando não conhecemos o inimigo, não sabemos nada sobre ele, sempre teremos a sensação de que a vida foi cessada antes do seu tempo, e entendemos a nossa impotência diante da força de um vírus e nos sentimos pequenos (e somos).

Nesses momentos, lembramo-nos de nossa insignificância, o que não deixa de ser um belo aprendizado para nos fazer mais humildes diante da vida. Porém, não foram só perdas, novas vidas chegaram… E essas foram recebidas em um novo mundo, o qual agora temos a responsabilidade de organizar.

Não há mais modelos, tudo é novo. Deveríamos ter nos atentado para isso já há algum tempo, mas 2020 precisou ser o Professor.

Talvez, fique aquele sentimento de que a vida vai ficar nos devendo um ano! Ele passou, e nem vimos… Janeiro, Fevereiro, COVID, Natal… Ou que ela nos deu o presente de vivermos melhor os próximos anos que estão por vir.

Mais uma vez gostaríamos de trazer o sábio poeta Mário Quintana para essa reflexão:

“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando se vê, já é sexta-feira!

Quando se vê, já é natal…

Quando se vê, já terminou o ano…

Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê, passaram 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado…

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…”

Aproveitemos a vida, o tempo, os amores. Lutemos todos os dias por aquilo que acreditamos. Façamos do trabalho nossa missão.

Que 2021 seja o ano em que iremos colocar em prática tudo que 2020 nos ensinou. Que essa nossa versão seja mais humana, fraterna, compreensível, responsável… Pense e respire antes de fazer, mas, quando for por amor, não deixe para amanhã; afinal, ele não existe!

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