Não me lembro ao certo quando ouvi pela primeira vez a seguinte afirmação – no meu tempo é que as coisas eram boas! No meu tempo… no meu tempo! Sem dúvida que isso é um hábito passado de geração após geração.

Acredito que na realidade o que acontece é que o tempo de cada um sempre será o melhor, por que é o seu tempo! E isso faz dele um momento incrível.

Quando comecei a lecionar na faculdade, meu público era mais velho, muitos com a minha idade outros jovens há mais tempo…

Neste sentido não me sentia distante deles com relação a exemplos, expressões e situações vividas. No entanto, quando passei a lecionar para um público mais jovem, passei a me deparar com um universo novo, principalmente no que tange às expressões verbais. Pois bem, com alunos do ensino básico, no ano de 2016, aprendi uma nova expressão que a princípio eu não fazia ideia do que queria dizer – CRUSH era a palavra. Levei uma semana até ter coragem de perguntar o que significava.

Eu escutava entre eles a seguinte frase – este é meu CRUSH. Aí ficava pensando será que é um jogo, um bichinho virtual… o que seria isso, até que finalmente perguntei e entendi o que era. O tal do CRUSH, não era nada mais nada menos do que o “FICANTE”, “PAQUERA” ou “BROTO”. Fica aqui a critério de cada geração. Mas não deixa de se referir aquela pessoa por quem você tem uma “queda”.

Isso me ajudou a entender o que acontece com essa situação de “Ah, no meu tempo!” É o que ocorre com quem não está disposto a entender esta nova geração. No final, muito daquilo que eles dizem ou vivem são situações que nós e nossos pais também viveram, neste sentido eu pergunto – quem tem a melhor condição de entender o que o outro está dizendo? O jovem ou os adultos? Nesse sentido, faço um convite à todos, para que de alguma forma, busquemos compreender este universo que não é tão distante do nosso. Tenho consciência de que o que falta às vezes é pique para acompanhar ou aquela audácia que é tão própria da juventude, que por vezes desconhece riscos.

Riscos mais sérios, que precisam sim de nossa atenção e orientação e outros menores como apertar um botão do computador, sem medo de destruir um país….como foi conosco quando começamos a enfrentar essa máquina que é o computador.

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