Por Diego Amaro de Almeida e Lílian de Paula Santos

Já ouviu dizer as expressões “Ela sempre esteve à frente do seu tempo”, ou ainda, “Ela é senhora de seu destino”?

Pra toda frase criada ou palavra inventada, há um contexto histórico.

E vivemos tão pouco, enquanto humanos, para podermos esquecer do que foi importante e nos trouxe até aqui.

Se esqueceu, a gente faz questão de contextualizar você, amigo leitor!

Lá no século XIX existiu uma tal Senhora do Café. Seu nome era Maria Joaquina de Almeida. Viúva e mãe de 9 filhos, ela liderou 3 grandes propriedades rurais, sendo uma delas a grande fazenda Boa Vista de Bananal, com mais de 416 escravizados. Porém, diferente de outros “barões” da época, Maria Joaquina, investiu na diversificação dos seus negócios e em investimentos, além de representar o “empreendedorismo nato” com maestria. Se você acha que o Vale Histórico tem seu ar bucólico hoje, o contexto lá trás era bem diferente. A cidade de Bananal era um grande centro produtor do café.

Maria Joaquina de Almeida. Quadro a óleo de Barandier – 1844.

A moeda principal sem dúvidas era o café e pulsava na vida dos moradores. 

Maria Joaquina era, acima de tudo, um ser humano ímpar, pois não sabia lidar apenas com o dinheiro, como também com os moradores, por várias vezes resgatou a Santa Casa, promoveu loterias em prol da libertação (alforia) dos escravizados e ainda ficou conhecida por pagar pequenas quantias de dinheiro aos escravizados que eram conhecidos pelo “tintilhar” de suas moedas. Um mulher, filha do seu tempo, que sem dúvidas contribui para a ruptura de alguns costumes e abriu as portas para que muitas outras mulheres também pudessem desempenhar um papel que outrora havia sido negado.

Vindo para a sociedade atual, que nome de uma mulher lhe vem à cabeça com essa expressão social?

Deixamos aqui que você deixe a imaginação fluir.

Exemplificamos, no entanto, apenas um nome para podermos seguir com nosso texto.

Seu nome é Luiza Trajano. Umas das maiores empreendedoras conhecidas no contexto de mundo atual. Ela lidera o ranking de empresárias brasileiras e mundiais que criam e inovam na mesma proporção que respiram. Haja disrupção. Parabéns pela disrupção.

Com base na Senhora do Café e na Senhora dos Eletrodomésticos, o que você pensa da mulher do passado, do presente e a que ainda não existe, a do futuro, caro amigo Diego? Ah, antes de você preencher as linhas abaixo, comunico ao público tamanho orgulho que tenho desse estudioso de gênero há mais de uma década e que não se cansa de evidenciar o papel da mulher na sociedade.

Bom, Lilian, nem sempre o mundo possibilitou que as mulheres pudessem de fato tomar suas próprias decisões, serem senhoras do seu destino. Porém, é algo que tem sido alcançado depois de séculos sendo tratadas como propriedades do pai ou do marido.

Se no passado ela era, muitas vezes por circunstâncias da lei, submissa, agora não é mais e deve ter o direito de realizar essa escolha.

Apesar de sabermos que, em muitos casos, estamos longe disso, ainda nos deparamos com situações de extrema violência. Aqui, não estou falando só das violências percebidas, mas também das veladas, em forma de olhar ou de palavras.

Muitas mulheres alcançaram posições privilegiadas na nossa história, figuras como imperatriz Leopoldina, princesa Isabel, Maria Joaquina de Almeida (citada acima), alcançaram posições de prestígio e agiram quando o cotidiano exigiu delas assumir o que seria o papel masculino.

No entanto, não foram poucas as mulheres de classe inferiores que também precisaram assumir os diferentes papéis em nome da sobrevivência. 

E assim como afirmou a escritora Ayn Rand:

“A pergunta não é quem vai me permitir, é quem vai me impedir.”

As mulheres são fortes e extremamente capazes, a história mostrou isso e atualidade não deixa de evidenciar. Mesmo que não seja fácil, não podem deixar de lutar pela liberdade de agir e decidir, sem sofrer repreensão ou violência.

E por quais motivos estamos ressaltando a mulher?

É pelo simples fato de ela merecer e de também estarmos no mês de Outubro- Outubro Rosa.

A mulher é, por si só, mais cuidadosa. Ainda assim, o câncer de mama é um dos mais recorrentes na vida da mulher.

Cuide-se sempre.

Precisamos de você neste mundo.

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