Pensar a educação não é para amadores, por que nunca se tratou de algo fácil, é um campo que demanda muita reflexão e análise. Estabelecer métodos de ensino também se torna uma luta sem fim, diante  da clientela tão diversificada. Precisamos levar em consideração que cada aluno é único, e que cada um tem seu tempo e ritmo. Não temos como dizer exatamente como uma aula vai ser, nem desenhar um manual de normas. Vários motivos nos impedem disso, o primeiro deles é que se pensarmos socialmente, cada grupo tem suas diferentes relações sociais e isso implica diretamente no processo do ensino.

Como assim? Entendemos que o que há de mais importante no aprender é a CURIOSIDADE e ela só é possível quando nos IDENTIFICAMOS com o que é ensinado. Não vemos possibilidade de provocar em um aluno essa curiosidade, sem antes partirmos de algo que ele conheça e não aquilo que traz mais conforto ao professor. Por vezes ficamos pensando como teríamos aproveitado mais nosso tempo de alunos, e nos lembramos que as aulas que, de alguma forma,  nos faziam de fato pensar,  era quando  o professor permitia que enxergássemos a nossa própria realidade.

No caso da História, mostrar que todos somos parte do processo histórico, seria   interessante lembrar o historiador valeparaibano, Francisco Sodero Toledo, que diz que a história acontece no quintal de nossas casas. Inserir o aluno neste contexto, mostrar como é importante a participação de cada um de nós no processo histórico.

Geralmente quando aprendemos história, começamos, lá de longe… na longínqua Grécia Antiga, nas batalhas que promoveram as cruzadas… e por aí vai… E tudo isso faz com que a história seja algo tão distante, as vezes intocável.

Com todo respeito à ciência histórica, perguntamos-lhe: Como fazer alguém que não se identifica com a história passar a se identificar? Se não por esta via, onde é possível percebê-la? Em nossa casa, em nosso bairro, nossa cidade… para daí sim, nos interessarmos pela história do outro. Ampliar nossa compreensão sobre aquilo que pertence ao outro e, assim, aprendermos a respeitar as diferenças.

O importante filósofo alemão Karl Marx diz: os homens fazem a história sob condições que não conhecem. Fato! Mas fazem a História! Todos fazem! Então, voltamos a dizer – é preciso apresentar ao aluno a necessidade de sua participação na história ou o mais próximo disto, para que assim consigamos despertar a curiosidade e a partir daí proporcionar ao nosso aluno um momento de busca. Voltamos a dizer, não é tarefa fácil, mas é preciso! Disse certa vez o filosofo irlandês Edmund Burke – O homem que não conhece sua história está condenado a repeti-la. Então, ao contrário do que alguns pensam, precisamos sim conhecer nossa história, mas sem esquecer que o aluno não é uma folha em branco, precisamos levar em consideração aquilo que ele pode compartilhar com base em suas vivências.

E por fim, ensinar história, não é doutrinar o aluno, mas sim ajudá-lo na difícil tarefa de tornar-se um cidadão honesto e crítico.

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