Diego Amaro de Almeida

Professor | Mestre em História Social

Lílian de Paula Santos

Jornalista | Mestra em Ciências Ambientais

Nos últimos dias temos acompanhado uma série de destruições de símbolos da história, como se esse massacre ao patrimônio fizesse alguma diferença nos possíveis “erros” cometidos por personagens ao longo de nossa trajetória.

Não é decapitando estátuas ou pichando monumentos que vamos resolver quaisquer tipos de negligências; pelo contrário, ao cometer esses atos de vandalismo, na tentativa de apagar “certas” histórias, o depredador abre precedentes para que as coisas voltem a acontecer. Apagar é negar o que ocorreu, e isso só daria força para novas histórias de erros antigos.

Os ícones e os símbolos devem permanecer onde estão. Se causam dor, devemos falar das histórias que os envolvem e educar as pessoas para que esses fatos nunca mais aconteçam. Devemos olhar para essas histórias com vergonha e com a certeza de que certos fatos não irão se repetir.

Outro ponto que devemos lembrar é que a história é a história dos seres humanos no seu tempo, e no seu tempo existia outra moral, outra forma de ser. E, nesse sentido, devemos olhar como aquele que quer aprender, entender e não julgar. Não cabe nem aos historiadores julgar o passado, o que dirá àqueles que dele nada entendem.

Se agirmos dessa forma, teremos que riscar dos livros de história os escritores, os músicos, os políticos, os “heróis”… Justiça não se faz assim; pelo contrário, se conquista estudando e se preparando para compreender cada um dos momentos e das pessoas em seu tempo. E só o seu tempo é que poderia ter condenado cada um deles.

Volto a dizer: a nós só cabe lembrar a história e lutar para que as injustiças não aconteçam mais.

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