Nenhuma expressão trouxe mais danos para as relações dos gêneros feminino e masculino. E é sobre ela que quero comentar hoje! Por vários motivos, mas o principal é que o número de notícias que estão circulando nas redes sociais em função de atos de agressão de homens contra mulheres, aumentou consideravelmente.

Vivemos em um tempo, em que as diferenças de gênero já deveriam ter sido superadas, porém isso não acontece, em razão de dois motivos: o primeiro com relação a homens que acreditam que as mulheres estão na terra com uma única missão – servi-los; de todas as maneiras, para cuidar da casa, dos filhos, dele próprio. Como se a mulher fosse um ser inferior que PRECISA do homem para viver. Mas para aqueles que pesam assim, a história já provou diversas vezes que as mulheres não PRECISAM de homens, ainda mais em nossa atualidade, que já adaptou-se a receber o gênero feminino. O caso é que ainda culpamos as mulheres por muitas coisas. O segundo motivo, está relacionado à expressão “prenda suas cabritas, que meus bodes estão soltos”. Pois ao mesmo tempo em que muitas mulheres são vitimas elas também carregam uma ligeira dose de culpa. Como assim? No momento em que algumas mulheres se tornam mães, elas começam a seguir o modelo de mãe que conhecem e passam a educar seus filhos e filhas dentro desta lógica machista, pois em muitos casos ensinam as meninas as coisas do lar, o comportamento que o menina deve ter, e quase sempre essa educação coloca a menina em uma posição de submissão, apresentam a elas um mundo em que serão culpadas, mesmo quando não tiverem culpa e a se conformarem com isso. Com relação aos meninos apresentam um mundo que é deles e que devem fazer coisas de homem, pois do contrário estariam fora de um padrão já esperado, aquele menino que para ser tornar homem precisa conhecer as coisas da vida e entender que o mundo é dele. Quantos meninos mais jovens que suas irmãs até, já não tiveram a missão de proteger a honra de suas irmãs, pois uma menina que por ventura fosse comentada, jamais se casaria com alguém HONESTO. Como se o casamento fosse o único fim dessas garotas.

Neste sentido, algumas serão sempre provocadas. O HOMEM que entende que o mundo é dele, e que as mulheres estão aqui para servi-lo em muitas ocasiões torna-se um ser agressivo quando não obtém aquilo que deseja, e quando não é agressivo pela força bruta, é com o olhar ou com o jeito de se referir às mulheres até os elogios, que na realidade são agressões escondidas em palavras. E a MULHER passa a ser culpada, de tudo, mas principalmente daquilo que ela não fez. Um exemplo claro disso, é quando uma mulher é vítima de violência com palavras ou agressões físicas e ao prestar queixa disso é novamente violentada, pois ela teria provocado o homem a cometer tal ato. Condenada muitas vezes por familiares, pela sociedade, por meios legais que deveriam protegê-las e o pior por outras mulheres que acabam por serem donas de um pensamento machista e opressor.

Em pleno século XXI depois de tantas situações ocorridas, já não deveriam existir situações que colocassem as mulheres nestas situações, porém enquanto o pensamento machista persistir ficará difícil chegarmos a um ponto de igualdade. E quando me refiro a igualdade é entender que assim como o homem a mulher deve ter acesso às mesmas coisas, sempre respeitando é claro nossas diferenças biológicas, e aqui não digo que um é mais fraco e outro é mais forte, mas que temos em quanto seres distintos, organismos distintos é isso também deve ser respeitado. A mulher não tem que fazer igual, ela tem que ter direito a um mundo também pensado por sua ótica e não somente pela ótica dos homens. Ela tem que ter direito de se vestir como quer e não ser punida por isso, de não sofrer abusos e violência por isso, seja no sentido físico ou através de palavras. As MULHERES precisam ser livres.

Meus objetivos aqui são expor pensamentos e provocar a reflexão, a situação exige um belo trabalho de análise científica  e sociológica, quem sabe uma missão para um futuro próximo.

Enquanto isso vamos respeitar o outro, entender que o outro é um igual e assim como eu sofre, tem suas preocupações e formas de agir. Não vamos punir ninguém por conseguir ser mais livre do que nós, de ser menos preocupado com o que os outros pensam. Vamos viver e aceitar as pessoas como elas são. E nos manter naquilo que acreditamos ser.

 

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